sábado, 20 de junho de 2009

Não sei o que eu quero



Não sei o que eu quero,

Nem por isso tenho dúvidas:

Como meninos imberbes

Fronte seios fartos.


Não sei o que eu quero,

Nem por isso tenho dúvidas:

Como meninos inertes

Fronte seios parcos.


Qual navio à deriva,

Pendente do mastro,

Flana minha alma.


Com beijo e saliva

Descrevo um rastro

Em seu ventre sem calma.


Desejo que me rói.

Saudade que se perde.

O medo que se constrói

No beijo que não se pede.


Não sei o que eu quero

Mas nem por isso tenho dúvidas,

Apenas caos luz exatidão.

O que foi aquilo que não vi então?

Era alma em disparada,

Práxis libertária condensada.

Era algo de estranho

Em coração de estanho.


Não sei o que eu quero

Mas nem por isso tenho dúvidas,

Somente venda olhos escuridão,

Último suspiro do pulmão,

Língua tateando corpo,

Mísera arritmia de morto,

Dentes mordendo a boca,

Marca de ânsia ao retirar a roupa.


Não sei o que eu quero

Mas nem por isso tenho dúvidas:

Como meninos imberbes

Fronte seios fartos.


Qual navio à deriva,

Pendente do mastro,

Flana minha alma.


Não sei o que eu quero

Mas nem por isso tenho dúvidas.


20/06/2009

WML

terça-feira, 16 de junho de 2009

Eu posso

Quando lágrimas

me vêm aos olhos,
retomo a luz
no íntimo do meu ser,
me oriento por ela
e creio que eu possa vencer.
Privilégio da força,
liberdade, compreensão,
simpatia e alegria.
Eu posso, você também!
Erga-se, coragem,
e volte a caminhar,
você também.

F.Leal

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Matando saudade de Quintana

Indiscutível Quintana!
Há pouco tive o prazer de me deparar por acaso com um presente maravilhoso que ganhei da amiga Célia Borges. Estava ele, ali, tão pertinho, escondidinho sob outro livro, meu Quintana de Bolso, bem vindo em qualquer momento. E justamente numa reflexão em que me encontrava, abri o livro em qualquer página, e bastou-me essa, para comover-me numa fusão do que sentia com o que eu lia.
Página 148

EU ESCREVI UM POEMA TRISTE

Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza.
Não vem de ti essa tristeza
Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza...
Nem importa, ao velho Tempo,
Que sejas fiel ou infiel...
Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves...
E das cartas que me escreves
Faço barcos de papel!


(Mário Quintana)

Passei o livro novamente a cabeceira, para ir matando a saudade em doses homeopáticas, afinal um poeta que cita Renoir na Canção da Vida, me fita com atenção e acalenta o meu coração.

Jenny Faulstich