terça-feira, 18 de julho de 2023

Do palco para o tribunal

Recaí do meu pseudo palco 
pros bastidores numa só noite!
Voltei pro meu lugar de roadie
pra fazer acontecer a fama alheia.
Aquela música que eu sempre cantava
era confissão de um desejo que jamais realizarei.
Testemunhas de acusação na platéia,
julgamento sem culpa no cartório,
eu não busquei por nenhum deles
e pago pelo crime de ter sentido
algo muito além de mim.

Jenny Faulstich 
(Resende, 18/04/2023)

terça-feira, 21 de maio de 2013

Fica a dica #1




sexta-feira, 22 de março de 2013

Sonho de uma Flauta


Nem toda palavra é
Aquilo que o dicionário diz
Nem todo pedaço de pedra
Se parece com tijolo ou com pedra de giz

Avião parece passarinho
Que não sabe bater asa
Passarinho voando longe
Parece borboleta que fugiu de casa

Borboleta parece flor
Que o vento tirou pra dançar
Flor parece a gente
Pois somos semente do que ainda virá

A gente parece formiga
Lá de cima do avião
O céu parece um chão de areia
Parece descanso pra minha oração

A nuvem parece fumaça
Tem gente que acha que ela é algodão
Algodão as vezes é doce
Mas as vezes é doce não

Sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
E o dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar
Ah e o mundo é perfeito
Hum e o mundo é perfeito
E o mundo é perfeito

Eu não pareco meu pai
Nem pareco com meu irmão
Sei que toda mãe é santa
Mas a incerteza traz inspiração

Tem beijo que parece mordida
Tem mordida que parece carinho
Tem carinho que parece briga
Tem briga que aparece pra trazer sorriso

Tem sorriso que parece choro
Tem choro que é por alegria
Tem dia que parece noite
E a tristeza parece poesia

Tem motivo pra viver de novo
Tem o novo que quer ter motivo
Tem aquele que parece feio
Mas o coração nos diz que é o mais bonito

Descobrir o verdadeiro sentido das coisas
É querer saber demais
Querer saber demais

Sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
E o dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar
Mas o sonho
Sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
E o dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar
Ah e o mundo é perfeito
Mas o mundo é perfeito
O mundo é perfeito...

O Teatro Mágico

quinta-feira, 7 de março de 2013

Lançado ao Mar




Com a coragem e o desespero
Dos que topam ir mais fundo
Com a fantasia e o desejo
Dos que andam mesmo no escuro
Com a marca do tempo
Estampada na minha cara
E a leveza necessária
Pra viver o contra-senso
Pra viver sempre contra o tempo
Pra não ter tempo de ter senso
E não ter senso pra viver...

Ontem foi lançado ao mar
O meu coração,
Lançado ao mar
O meu coração,
Lançado ao mar

Com o conflito e a verdade
Dos que se passam apenas por tímidos
Com a loucura e todo o sexo
Dos que agirão sempre como filhos
Com a marca do tempo
Estampada na minha cara
E a leveza necessária
Pra viver o contra-senso
Pra viver sempre contra o tempo
Pra não ter tempo de ter senso
E não ter senso pra viver...

Wilson Sideral

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

3 dias

Hoje estou louca
estou isolada
estou desolada.

Nem a minha música me acalma
é uma boca que cala e
um coração que quase explode
de tanto barulho, tanta lamentação,
um choro que não acaba.

Busco tanto a simplicidade
e encontrei alguém pra competir
competir não entendi muito bem em quê,
e acha que a vida tem tanta regra
tanto conceito, tanta filosofia,
eu perco as batalhas
e fico arrazada no outro dia.

Me sinto tão burra, tão ignorante.
Tanta coisa que eu achava estar superada
retoma no auge da minha agonia.
Uma tortura, um castigo,
na alma, no corpo,
na minha opinião que não posso expor
na minha defesa que não posso fazer
mas o julgamento é certo de haver.

Sou obrigada a admitir calada
e recordo minhas antigas prisões.
Eu não sei o que fazer,
é uma vontade de sumir,
uma vontade de morrer
ou de matar algo em mim.

Eu tenho medo,
de atender o telefone
de receber qualquer linha
e esta me faça sofrer, mais.
Eu não posso ter a fragilidade de uma mulher
eu não posso ser dura com meus sentimentos
eu não posso falar com quem confio,
eu não posso nada, nem dormir.

E a tortura não acaba
se ouso querer levantar
ganho outra porrada pra lembrar
que quem me conhece mais profundamente
não gosta de mim,
não conseguiria conviver ou suportar,
e eu só prezo a minha paz,
que paz sofrida, mal compreendida.

Meus filhos, minha casa, meus amigos
tesouros intocáveis tão destrutivos
a quem possa querer, algum deles me arrancar,
e a minha liberdade, jaz numa lenda
uma cova funda e nem posso citar.
E o trabalho, escravo ou não,
pernilongos voam,
ventilador ligado
não posso a perna acomodar.

Estou tão cansada, tão desanimada,
tão feliz e infeliz,
que não sei de mais nada,
preferia estar só feliz.
Me falta uma cachaça,
um abraço, uma salada,
um abraço forte,
e de graça.

Me basta tudo que é jogado na cara
o que passou, passou,
eu quero continuar na estrada
sem pagar cada kilômetro
com uma pá e uma enxada
desejando a morte
porque não posso voltar no tempo
e fazer diferente, já foi.

Essa dor que me corta,
essa língua afiada,
uma masmorra da sorte.
Quase um "metal contra as nuvens"
tão nobre, tão lindo, tão forte,
mas eu sou fraca, ridícula e esnobe,
pago por existir e viso a esperança
num tempo desforme,
um tempo que não é meu.

Como uma pessoa dorme
quando derruba a outra
e esta só sofre.
Não faz mais nada, só sofre.
Não pode fazer mais nada, só sofre.
Dói, chora, enlouquece e sofre!
Emudece a própria alma e sofre.

De tudo me cobram, e como vou recuperar
como fazer um acerto de contas
sem ter como pesar,
sem ter como comparar,
não tem como comparar, não tem!
Um nunca vai ser igual ao outro
e ninguém será perfeito.

Por que ter a própria individualidade
é tão difícil, tão impedida quando reinvindicada
a única coisa que eu teria teoricamente.
Uma pessoa triste que quer?
Uma pessoa triste terá,
e qualquer outra característica se perderá.

Não sei o que me inspira,
se é que algo me inspira,
talvez um pouco de revolta
por não saber me manifestar,
e a dor vai e volta,
e a criatura só sofre,
sozinha, calada, idiota!

Gota a gota a água vai preenchendo a garrafa
e uma dor de cabeça insistente
vai me derrubando enquanto imploro um colo,
um carinho, um afago, uma mentira, um consolo.
De tantas tantas ilusões
temo a indiferença impregnar na minha rotina,
não mais precisaria de uma cortina
pra me esconder, esconder quem precisa.

Que venham estrelas para o meu dia
que me mostrem o que mais necessito
que me devolvam um pouco do meu amor
tanto me apertaram que parte evaporou
e quem disse que um dia se emocionou
tenha consciência de onde é forte
e quando falhou, antes que tudo vire inferno,
tudo vire um deserto, onde a flor secou.

E eu nem disse tudo, nem chorei tudo...

Jenny Faulstich
(30/01/2013)

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Só o tempo

Ôôooo Realidade!!!
Abrços, com saudade!
Jenny


* * *



"ONLY TIME" Ennya


Quem pode dizer aonde vai a estrada?

Para onde vão os dias?
Só o tempo

E quem pode dizer se o seu amor crescerá
conforme seu coração escolher?
Só o tempo

Quem pode dizer porque seu coração suspira
conforme seu amor flutua?
Só o tempo

E quem pode dizer porque seu coração chora
quando seu amor morre?
Só o tempo

Quem pode dizer quando os caminhos se cruzam
que o amor deve estar
em seu coração?

E quem pode dizer quando o dia termina
se a noite guarda todo o seu coração?
se a noite guarda todo o seu coração...

Quem pode dizer se o seu amor crescerá
conforme seu coração quiser?
Só o tempo

E quem pode dizer aonde vai a estrada?
Para onde vão os dias?
Só o tempo

Quem sabe?
Só o tempo...













sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

As mulheres com mais de 30 anos...

Recebi esse texto citando autoria de Arnaldo Jabor, mas como praticamente todo texto que propaga na internet, mesmo não sendo, recebem nomes de autores já consagrados de repente por um receio de não causar o mesmo impacto caso o autor verdadeiro não seja tão conhecido, o que não concordo, resolvi repassar este que é uma massagem no ego das mulheres que já passaram dos 30 anos de idade, e vêem ainda esperança de conhecer alguém que compartilhe da mesma opinião:


A MAIS PURA VERDADE...

A medida que envelheço e convivo com outras, valorizo mais ainda as mulheres que estão acima dos 30. Elas não se importam com o que você pensa, mas se dispõem de coração se você tiver a intenção de conversar. Se ela não quer assistir ao jogo de futebol na tv, não fica à sua volta resmungando, vai fazer alguma coisa que queira fazer...

E geralmente é alguma coisa bem mais interessante. Ela se conhece o suficiente para saber quem é, o que quer e quem quer. Elas não ficam com quem não confiam. Mulheres se tornam psicanalistas quando envelhecem.

Você nunca precisa confessar seus pecados... elas sempre sabem... Ficam lindas quando usam batom vermelho. O mesmo não acontece com mulheres mais jovens... Mulheres mais velhas são diretas e honestas.

Elas te dirão na cara se você for um idiota, caso esteja agindo como um!

Você nunca precisa se preocupar onde se encaixa na vida dela. Basta agir como homem e o resto deixe que ela faça... Sim, nós admiramos as mulheres com mais de 30 anos! Infelizmente isto não é recíproco, pois para cada mulher com mais de 30 anos, estonteante, bonita, bem apanhada e sexy, existe um careca, pançudo em bermudões amarelos bancando o bobo para uma garota de 19 anos...

Senhoras, eu peço desculpas! Para todos os homens que dizem: "Porque comprar a vaca, se você pode beber o leite de graça?", aqui está a novidade para vocês: Hoje em dia 80% das mulheres são contra o casamento e sabem por quê?

"Porque as mulheres perceberam que não vale a pena comprar um porco inteiro só para ter uma lingüiça!". Nada mais justo!

Arnaldo Jabor

quarta-feira, 24 de março de 2010

"Muita merda pra você"

Muita merda pra você! Ou apenas Merda! É assim que os atores e personas do mundo teatral desejam sorte um para o outro. Por mais que seja engraçada essa forma de querer o bem, esta frase, nascida na França de Molière, o berço do teatro moderno, vem sendo repetida a séculos por todo o mundo. Sua conotação de bonância partiu da grande quantidade de escrementos deixada pelos equinos que puxavam as carruagens que por sua vez levavam os nobres para apreciar os espetáculos teatrais, e quanto mais carruagens nos estacionamentos perante ao teatro, mais merda espalhada ao final do espetáculo e desse modo a enorme quantidade da mesma representava o quanto foi concorrido o evento daquela noite. Ao passar do tempo, a cada início de temporada o mais esperado entre os artistas envolvidos era exatamente “muita merda” espalhada por todo o redor do teatro, e assim foi se criando o hábito de desejar: MERDA!!

Fonte: http://www.vivacultura.org/2010/ler.php?cod=18


Abrçs e mt merda para todos!
Jenny ;-)

segunda-feira, 22 de março de 2010

Homenagens Dia do Blogueiro

Algumas das homenagens q rolou pela blogosfera!!
Parabéns para nós!! :-)
















sábado, 6 de março de 2010

Passerà - Passará

Passerà - Passará

As canções não se escrevem
Mas nascem por si
São as coisas que acontecem
Cada dia em torno a nós
As canções basta colher-las
Existe uma também para você
Que torna mais difícil viver
E não sorri nunca.
As canções são ciganas
E roubam poesias
São enganos como pílulas
Da felicidade
As canções
Não saram
Amores e doenças
Mas aquela pequena dor
Que existir nos dá.
Passará , passará
Se um
Rapaz e uma guitarra estiver ali
Como você, na cidade
A olhar esta vida que não vai
Que nos mata as ilusões
E com a idade das canções
Passará sobre nós
Terminaremos tudo em um banco antes ou depois
Mas porque, e quem sabe
As angústias de uma rica pobreza
A falar dos amores que não tens
A cantar uma canção que não sabes como faz
Porque a perdeu dentro
E se lembra somente
Passará
Em um mundo de automóveis
E de grande velocidade
E por quem chega sempre último
E por quem se fala adeus
Por quem se debate nos obstáculos
Da diversidade
As canções são vaga-lumes
Que cantam no escuro.
Passará antes ou depois
Esta pequena dor que existe em você
Que existe em mim, que existe em nós
E nos faz sentir como marinheiros
Em poder do vento e da saudade a cantar uma canção que não sabes
Como faz
Mas aquela pequena dor que seja ódio, ou que seja amor
Passará.
Passará, passará.
Também se farás
Somente la la la
Passará, passará
E a qualquer coisa uma
Canção servirá
Se a tua pequena dor
Que seja ódio, ou que seja amor
Passará.

(Álbum: Equilibrio Distante - Renato Russo)
(Composição: Aleandro Baldi/Bigazzi/M. Falagiani)

segunda-feira, 1 de março de 2010

Novos Poetas Brasileiros: Coleção Primavera Verão

Garimpando blogs alheios, não é que encontro no Brincando com Coisa Séria (http://brincandocomcoisaseria.blogspot.com/2010/02/novos-poetas-brasileiros.html), os melhores momentos da intervenção humorística (tem gente que chama de 'pegadinha') no Sarau das Letras, Casa das Rosas, em São Paulo.
Compartilhando com vcs:



Achei ótimoooo: "Eu sou zero, você é um, juramos o nosso amor em PHP. Você e eu, você e eu, Ctrl+C, Ctrl+V."

São eles:
Cia de Humor Olaria GB
http://www.olariagb.com.br
http://twitter.com/olariagb

;-)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Senso de Responsabilidade

Senso de Responsabilidade


Existem autores ilustres, mas pouco conhecidos. O conteúdo de suas obras poderia ser comparado ao daqueles que se imortalizaram. Na verdade, eles estão pouco interessados em ser celebridades. Esperam apenas tocar corações e mentes, ao demonstrar seu ponto de vista acerca da verdade, no tempo e no espaço em que vivem e sonham. São pessoas de bem, do bem e que cultivam o belo. Uma dessas admiráveis figuras, em 1989, lançou o livro “O Senso de Responsabilidade na Sociedade” – Editora Aquariana. Quem já ouviu falar de Torkom Saraydarian?

Ocultista, músico, escritor, por meio de sua obra, faz a conexão entre o mundo espiritual e o quotidiano. Torkom é dessas raras pessoas idealistas e pragmáticas, que vivem intensamente o que pregam e têm a consciência de que a sua pátria é o próprio planeta. Analisando os acontecimentos e o comportamento humano no início desta segunda década do terceiro milênio, podemos reconhecer a importância de suas reflexões para as relações humanas retas na sociedade.

Vivemos uma época de deslumbramento com os avanços tecnológicos. Sentimo-nos poderosos, com a ampliação de nossa capacidade de se comunicar, se deslocar, ver, ouvir, conhecer, conquistar, curar, etc. Endeusamo-nos! E isso aconteceu logo após o fim dos regimes autoritários e totalitários do século passado. Foi tudo tão rápido! É tudo tão recente! Não fomos paulatinamente preparados para conviver com tanto poder e liberdade. As organizações sociais, distantes ou a reboque de tanta inovação, tentam desesperadamente adaptar-se, em caráter de emergência, aos novos cenários. E quantos esforços em vão de abnegados e bem intencionados profissionais das ciências humanas e sociais, na busca de teorias e filosofias eficazes. Realizam pífias mudanças, no instante em que o mundo nos exige revolução. Muitas vezes na contramão, ainda reforçam o individualismo, mantendo a lógica do século das guerras.

Educar para quê? Para a liberdade! Para a disciplina consciente compactuada. Para o respeito mútuo, a tolerância, a cooperação, a participação ativa, o comprometimento com o bem comum e a honestidade. Nesta sociedade global, de organismos e indivíduos cada vez mais interdependentes, não há mais espaço para ganhadores e perdedores. É preciso transformar essa ótica e utilizar estratégias adequadas aos novos tempos. Somos verdadeiramente vitoriosos, quando nas adversidades encontramos soluções compartilhadas de interesses coletivos.

O senso de responsabilidade na sociedade atual, conforme os argumentos de Torkom Saraydarian, aponta um caminho em direção à liberdade sem libertinagem e à evolução tecnológica sem a perda dos sublimes valores humanos universais. E, concomitantemente, podemos ser ancorados e norteados por esta síntese filosófico-religiosa: “só fazei ao próximo o que gostaríeis que ele vos fizesse”, cuja autoria poderia ser atribuída a Sócrates, Buda, Confúcio, Jesus e a tantos outros Iluminados.

por Guido de Castro - Fev/2010
(guidodecastro@hotmail.com)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

...tantas vezes castigada.

"Minha poesia, como lhe sou grato e como me conforta. Logo ela, tantas vezes castigada."

Lyad de Almeida

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A cobaia do “não”

Sou uma defensora do dizer “não” principalmente na educação dos filhos. Acho sinceramente que a vida nos diz muitos “nãos” o tempo todo e que seria cruel demais criar meus filhos sempre ouvindo “sim” e se deprimirem por conta de cada “não” recebido na posteridade, sendo que eles não foram acostumados com isso. Eu recebi “nãos” na infância e sou grata por eles. Mas lidar com isso não é fácil. Quando se trata de alguém que não foi habituado a receber pelo menos alguns “nãos”, complicado também. Mais complicado ainda, digo, mais complicado do que receber o “não” é dizê-lo. Você pode tornar outras pessoas mimadas, incompreensivas, com tendências fortes a frustração e depressão, ou ainda você de repente já tenha essas tendências, visto a necessidade de dizer “sim” com receio de que outras pessoas se afastem, lhe percam o carinho e o respeito. Definir o “sim” ou “não” deve ser resultado de bom senso conforme a situação, a resposta impulsiva pode até demonstrar insegurança, fragilidade, dependência, baixa auto-estima e causar complicações para ambas as partes. E nada melhor do que a verdade. Se algo lhe é pedido, não é necessário mentir para tentar não parecer incapaz por vontade própria, ou como se diz, aparentar ‘má vontade’, mas sempre há uma forma sutil de dizer o que realmente lhe é cabível. Não se pode agradar a todos, e uma vez li que “tentar agradar a todos é o caminho mais rápido para o fracasso”, não havia entendido a princípio o que queria dizer esse ditado, mas após algumas experiências profissionais, entendi a idéia, e me vejo várias vezes caindo nesse erro, tentar agradar a todos. “Cobrir um Santo, descobre o outro”, outro ditado interessante. Por fim, por já pensar dessa forma, me vi obrigada a pelo menos tentar ajudar com as palavras alguém que não sabia dizer “não” e que já sofreu muito por isso. Foi humilhado, explorado e mesmo assim ainda se sentia culpado e incapaz de fazer tudo para agradar totalmente outras pessoas. E olha que maravilha, um belo dia precisei da ajuda dessa pessoa, que sempre me atendeu prontamente e ele disse que não me atenderia, esbocei, óbvio, uma reação aflita quase até que agressiva, visto que nunca ele tinha me negado ajuda e vice-versa. Mas, após longa conversa e argumentação, ele só conseguiu me convencer quando disse: “Não saber dizer ‘não’ destruiu boa parte do que eu era e o gostaria de ser, você quer que eu volte a não dizer ‘não’ de novo?”. Não disse uma só linha a não ser: “Ok, você tem toda razão”. Depois concluí que o meu esforço foi válido, embora ele já tivesse me acostumado tão ‘mal’, tinha que colocar em prática o uso do “não” justo comigo? Rsss. Está certíssimo ele. Ele pode muito bem me atender numa outra situação e tudo bem.

Ah, aproveitei para pesquisar um pouco a respeito e encontrei essas observações sobre o dizer “não”:
>> Não comece pedindo desculpas. Isso poderá sugerir um eventual sentimento de culpa.
>> Pergunte a si mesmo se o pedido parece-lhe razoável e se você quer mesmo aceitá-lo ou não. Sempre que tiver dificuldade em se decidir, provavelmente sua vontade sincera é pelo não.
>> Se precisar de mais detalhes, peça-os antes de decidir.
>> Se chegar à conclusão de que deseja dizer não, faça-o sem rodeios e sem mentiras.
>> Seja breve, dê sempre uma explicação, mas que pareça mesmo uma explicação e não uma série de desculpas.
>> Muitas vezes não basta dizer não. Se desejar ajudar o outro (ainda que não queira fazer o que lhe pediu), ouça com atenção o que ela tem a dizer, exponha o motivo de sua negativa e veja se pode ajudar a encontrar outra solução para o problema.

“Dependendo do grau de submissão que sentimos em relação à opinião dos outros sobre nós mesmos, percebemos maior ou menor dificuldade em dizer não. Às vezes essa dificuldade é conseqüência do medo de parecermos egoístas, grosseiros, chatos, difíceis de lidar ou coisas assim. É fundamental para nosso bem-estar e para nosso senso de liberdade sabermos dizer não ou, caso contrário, podemos arriscar boa parte de nossa felicidade (e até da felicidade de nossos familiares) em função do outro.” (Geraldo J. Ballone - http://www.novaera.org)


Jenny Faulstich

sábado, 2 de janeiro de 2010

Como é estranho datar 2010...

...não pelo número em si, redondinho, até 'bonitinho', mas pelo que eu senti ao datar meu primeiro poema de 2010. Parecia ter sido ontem quando datava 1992. rs
E lá vamos nós, mais um ano, novo ciclo, novos projetos (ou antigos renovados, afinal, reciclagem tá na moda), novas esperanças de que seja o início de uma boa fase.
E assim, reativando a "realidade a varejo", e apresentando uma ideia "jennyal" desejo a todos um ano próspero, bem como diz o Houaiss:
1 que prospera, se desenvolve, progride
2 propício, favorável
3 que tem êxito; bem-sucedido, afortunado
4 que acumulou riquezas; rico, abastado
5 ditoso, feliz, venturoso

Um afetuoso abraço para todos!!
Jenny Faulstich
www.jennyal.com.br

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O que alguém disse

"Refugia-te na Arte" diz-me Alguém
"Eleva-te num vôo espiritual,
Esquece o teu amor, ri do teu mal,
Olhando-te a ti própria com desdém.

"Só é grande e perfeito o que nos vem
Do que em nós é Divino e imortal!
Cega de luz e tonta de ideal
Busca em ti a Verdade e em mais ninguém!"

No poente doirado como a chama
Estas palavras morrem... E n'Aquele
Que é triste, como eu, fico a pensar...

O poente tem alma: sente e ama!
E, porque o sol é cor dos olhos d'Ele,
Eu fico olhando o sol, a soluçar...

Florbela Espanca
"O que alguém disse"
Livro de Soror Saudade

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Resende e as xilogravuras

Não pretendia escrever aqui nada que não fosse poemas... porém ao caminhar por Resende percebi algumas coisas estranhas nos postes e paredes e não resisti... e vi também que somente um texto não seria capaz de traduzir o que pensava então fiz o vídeo que segue abaixo.

Aqui transcrevo as legendas....


Prólogo

A cultura veste-se quase sempre de terno ou blazer, vestido longo e charpe. Refugia-se em museus, salas escuras de teatros e galerias do MAM, MAC e afins, entre pessoas soberbas e chãs. Nas palavras de Monteiro Lobato diria que teorizam a arte pendurada nas paredes ou encenada nos palcos “com grande dispêndio de palavrório técnico, descobrem nas telas intenções e subintenções inacessíveis ao vulgo, justificam-nas com a independência de interpretação do artista e concluem que o público é uma cavalgadura e eles, os entendidos, um pugilo genial de iniciados da Estética Oculta”.

Contudo, graças a Deus e a alguns espasmos de originalidade, nem tudo é tão modorrento...

Arte Insólita

Eis que um dia um bando de garotos decide fazer xilogravuras... e colá-las nas ruas... se as pessoas não vão à galeria, pois bem, a galeria que venha às pessoas, é assim que se justificam as centenas de gravuras fixadas em postes, paredes, pilares e outros lugares públicos de Resende.

É a arte ofensiva, ofensiva no sentido de sair das galerias esterilizadas e infecundas e invadir a polis, a cidade... Laçando, não pela sofisticação cultural, mas pela curiosidade e pelo insólito, seu público.

A Cidade e a Polis

Cidade

Polis

Comunidade

Arte

Como se relacionam as pessoas com a cidade? Como se relacionam os resendenses com Resende? Haverá, Houve ou há um movimento estético resendense?

O belo, o feio, o prazer de contemplar-se no espelho, será que temos isto? Auto-estima... ou auto flagelação? Autopiedade ou automatismo ao caminhar pelas ruas como se fossem túneis, sem olhar para os lados, sem perceber a cidade, as pessoas, apenas os buracos fazem-se perceber, mais por abundância do que por perspicácia do observador...

O gosto do bom gosto

Arte... sementes de bom gosto... um choque aos olhos acostumados a cinza, cal e asfalto... ou apenas poluição visual? Ou somente anarquia gratuita sujando paredes e pilares de pontes? Arte ou somente contestação barata? Arrogância de artistas petulantes ou um gesto de gentileza urbana? Não sei... porém, acima de tudo, é uma arte incômoda que grita para ser ouvida... que o bom senso nos levar a pensar a respeito... de nós... das gravuras... e da cidade.

Pensemos a cidade... pensemos nossas casas e ruas, nossos rios... nosso espaço, pois como criaturas urbanas este é nosso habitat, este é nosso mundo.

Abraço,

Washington Lemos

domingo, 19 de julho de 2009

Arctitude

Aquela aranha se acumula nas paredes.

Uísque na garganta

Tedioso tilintar do gelo

A solidão no fundo do copo...

Riscos rabiscos palavras insidiosas

Todas aquelas besteiras escritas na inocente folha em branco

Que aceita tudo mudamente... em silêncio...


Corpo

Copo

Saliva

Beijo

Aperto cama cama carma

Braços tortos

Pele ondulada

Cheiro

Perfume

E coisas afins.


Quadris quadris

Arctitude da cintura

De coxas

Quadris quadris

Tão Ardis.


Rodopia

Gira

Gira

Estira-se

E se deita no chão.


Uísque na garganta

Tedioso tilintar do gelo

A solidão no fundo do copo...



WML

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Bazar

Vendo meus sonhos,
dôo meus pesadelos,
empresto minhas asas,
deixo meu sorriso,
passo o que eu sinto
porque não sou capaz
de guardar para mim.
Na falta de interessados
pode levar o que desejar,
meus olhos, minha boca,
minhas palavras tristes,
meu suicídio coletivo,
meus momentos de loucura,
meus instantes de poesia,
minhas breves lembranças,
meu instinto de parasita,
seja lá o que pareça ser
e não é.
Vida, luz, coragem,
fraqueza, solidão,
minha imagem,
minha busca na arte,
tato, audição, paladar,
minha essência empoeirada
na vitrine de um bazar.

Jenny Faulstich
(17/07/2009)

domingo, 12 de julho de 2009

Meu desejo

Meu desejo é de escrever uma poesia e que não seja a mais bela das poesias,
ou mesmo que fale de lindas estórias de amor, nem precisa falar de amor ou, quem sabe,
mesmo que traga algum conteúdo para servir de lição de vida, ou moral, que não fale de
fantasias. Nem precisa servir de inspiração para alguém, se for alegre, ou se for triste,
não importa. Quero apenas achar uma porta.
Não precisa nem ser uma poesia de verdade!
Eu queria poder escrever alguma coisa que fizesse sentido. Sentido para mim e,apenas para mim!
Escrever algo que me elevasse ou diminuísse contanto que me tirasse daqui, que me tirasse de dentro de mim.
Algo que fosse tão pesado que o peso de dentro do meu peito parecesse apenas ar,
algo que fosse tão sujo que a sujeira da minha alma parecesse apenas poeira,
escrever algo tão estranho que a minha própria estranheza ao me ver no espelho
me parecesse a amizade de uma vida inteira.
Mas na vida real os desejos raramente são atendidos, pois poesias pertencem aos poetas,
vontades raramente são saciadas, amores dificilmente correspondidos, e loucuras facilmente confundidas.
Meu desejo é que ninguém deseje o que eu desejo.
Meu desejo é nunca ter desejado você, assim jamais desejaria tanto te esquecer.

Edson Carvalho Miranda
(12-07-2009)