domingo, 25 de janeiro de 2009

CICLOS

O amor, assim como a brisa, chega de forma inesperada, no dia mais improvável e sem que se perceba essa brisa passa a ter uma importância vital, assim como a água ou o próprio ar. Essa brisa acaba se fortificando em trocas mutuas de energia, de bem querer e, com o passar do tempo, estimulada e apoiada em bases fortes de compreensão, carinho e respeito transforma-se em um vento que invade a abandonada casa e retira a poeira e, embora traga algumas folhas secas há muito já esquecidas, torna-se ainda mais vital. A natureza mostra se perfeita em tudo e, de tão perfeita, não deixa que nada seja perfeito e uniforme, justamente para que exista sempre as sensações de novidade, de falta de chão e o sentimento de se atirar ao vento, que rapidamente se transforma em tempestade, arranca as folhas, trás a chuva, a insanidade e, meio da fúria do tufão, encontramos a felicidade que, com a força de um furacão nos arremessa ao fundo do abismo e, ao mesmo tempo, nos ascende ao paraíso. Como querubins bailamos sob a melodia harmoniosa da paixão em rompantes devaneios de sobriedade.E lá vem o sol, o arco-íris, o recomeçar que nos obriga a mudar que nos leva a evolução revelando a vida, trazendo a seca, a queda no deserto, que nos mostra o marasmo das seguidas ondas de calor e o ritual monótono do balé das areias que vão, tediosamente, de um lado para outro trazendo a lembrança do que se foi e o desejo de novamente o ciclo recomeçar. Tudo são faces do mesmo amor, que já fora tempestade, paixão! Imprescindíveis são discernimento e compreensão, para não se prender ao passado e fazer dele um espelho, espelho mágico! Para o futuro! E projetar do futuro uma reação no presente e novamente deixar a brisa da vida recomeçar seu ciclo. Confiar na natureza e no imortal, na alma, no espírito e dar mais uma chance para a vida e o amor. A calmaria logo se vai e a tão esperada tempestade volta, com ela o sangue a pulsar forte nas veias levando assim, mais uma vez, do cantinho a areia.


Edson Carvalho Miranda

25-01-2009

http://obucaneiroed.blogspot.com/

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Escravos da convicção

(Nada mais Nietzscheano)

Homens, escravos da convicção.

Presos às suas paixões,

aos milagres e às alucinações.

É preferível a mentira,

à convicção cega em sua ira.

É preciso ser fraco.

É preciso negar a fé.

É preciso ter contato

com o mundo como ele é.

O fato de morrer

por uma idéia ou teorias

não lhe deve convencer

de minhas vãs filosofias.

Liberdade de pensar,

de questionar o firmamento.

Liberdade de mudar

o meu pensamento.

WML


Os apaixonados


Somos certezas e interrogações.

Somos restos de estrelas

E todas aquelas besteiras

Que nos dizem as religiões.

Somos panacas apaixonados.

WML

Criatura-Criador

Passo cataclismas a pousar em cada cisma
De querer e divagar o olhar firme e pesado
Dizer de cada coisa um detalhe e uma sombra
Que passeia ao meu lado
Em implosão contrária às razões da matemática
Pelo universo ampliado
Circulam estas pálpebras - tão minhas - as ironias
De só ser um instrumento metamórfico das poesias.


* Poema do meu querido amigo, João Marcello Silva, publicado em 19 de Dezembro de 2002, na coletânea de poesias "Oitava Rima", do Grupo Cultural Oito Deitado.
Confira mais trabalhos do autor em: http://joaomarcellosilva.blogspot.com

Abrçs,
Jenny Faulstich

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

SOBREVIVENTE!!!

Nada do que eu diga
Será suficiente
Para repor o que se encontra ausente

Nada do que sofra
Será bastante
Para redimir a dor de cada instante

Nada do que eu chore
Vai lavar
Aquela dor que nos consome devagar

Nada do que eu viva (mesmo tão intensamente)
Vai compensar
A morte que nos consome lentamente

Nada do que eu sonhe
Vai resgatar
Tantos desencantos que há para compensar

Então, eu simplesmente,
Fecho os olhos
E me dedico a respirar!!!!!!!
Sobrevivente!!!!
Célia Borges

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Durma!

Durma!
Mesmo que em meio aos devaneios
de palavras, sussuros, pensamentos.
Continue sua poesia
no decorrer do dia.
Cale seus tormentos da noite
e não espere a vida compreendida,
este mar de valores
onde se banham os amores.
Acompanhe os sonhos com melodia,
eles estão externados no olhar perdido,
desanimado, ríspido, desleixado.
Descanse o coração,
deixe-o tocar uma esperança,
não o mantenha acordado
para sofrer em vão,
ou acostume-se com a solidão.

Franca Leal

Longe dos meus braços

Não durmo
para não sonhar
com um amor para esquecer.

Longe dos meus braços
o amor está,
nada posso fazer.

Guardo um cálice divino
e recolho-me em vômitos e escarros
até o amanhecer.

E em meus braços,
somente dores, tristezas,
horrores a florescer.

* Jenny Faulstich

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Cães chupando manga!

E por que não???