sábado, 20 de junho de 2009

Não sei o que eu quero



Não sei o que eu quero,

Nem por isso tenho dúvidas:

Como meninos imberbes

Fronte seios fartos.


Não sei o que eu quero,

Nem por isso tenho dúvidas:

Como meninos inertes

Fronte seios parcos.


Qual navio à deriva,

Pendente do mastro,

Flana minha alma.


Com beijo e saliva

Descrevo um rastro

Em seu ventre sem calma.


Desejo que me rói.

Saudade que se perde.

O medo que se constrói

No beijo que não se pede.


Não sei o que eu quero

Mas nem por isso tenho dúvidas,

Apenas caos luz exatidão.

O que foi aquilo que não vi então?

Era alma em disparada,

Práxis libertária condensada.

Era algo de estranho

Em coração de estanho.


Não sei o que eu quero

Mas nem por isso tenho dúvidas,

Somente venda olhos escuridão,

Último suspiro do pulmão,

Língua tateando corpo,

Mísera arritmia de morto,

Dentes mordendo a boca,

Marca de ânsia ao retirar a roupa.


Não sei o que eu quero

Mas nem por isso tenho dúvidas:

Como meninos imberbes

Fronte seios fartos.


Qual navio à deriva,

Pendente do mastro,

Flana minha alma.


Não sei o que eu quero

Mas nem por isso tenho dúvidas.


20/06/2009

WML

2 comentários:

SUSANA disse...

Muito bom! Quanto a isso, não tenho dúvidas: excelente!!! Antes de ler a autoria, já sabia que era seu.

Washington disse...

Thanks Susana...
Vc é sempre muito generosa rsss!

Abraços,
WML