quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Alusão a Resende


Para falar de minha cidade
Quero rimas simples,
Rimas brancas,
Rimas fáceis,
Rimas tantas.

Pois minha cidade é assim,
Sem nada descomunal,
Sem arranha-céus,
Sem construções faraônicas,
Sem multidões atônitas.

Quero apenas falar da Resende de meus sonhos
Quando criança aos sete anos de idade.
Quando era tudo para mim,
Meu mundo, meu globo.
Minha rua, onde tudo acontecia,
Onde brincava de piques,
Onde dei meu primeiro beijo.

Quero falar da Resende que vejo hoje,
Uma Resende que é tudo o que me sobrou.
Uma Resende que é minha ilha,
Meu refúgio alheio...
Alheio às guerras,
Alheio aos conflitos,
Alheio a este mundo...
Este mundo carcomido,
Este mundo poluído,
Um mundo um tanto desiludido.

Mas, para falar de minha cidade
Não quero suspiros,
Não quero fanfarras,
Não quero estátuas de bronze
Nem bandas tocando na praça.

Quero apenas uma foto encardida pelo tempo
De sua ponte de metal em minha gaveta.
Quero somente a lembrança dos tempos de criança,
A esperança de lhe ter sempre como um refúgio.

Sendo assim,
Não me venha com ufanismo
Nem com um pseudolirismo,
Pois já estou velho e cansado demais.
Para retratar minha cidade venha assim,
Com rimas simples,
Com rimas brancas,
Com rimas fáceis,
Com rimas tantas.

Não me venha com artificialismo,
Sonetos, métricas e coisas afins.
Porque eu quero antes falar da Resende
Que existe dentro de mim.


abraços,
WML

Um comentário:

Jenny Faulstich disse...

Gostei!!! Muuuito!!!

Bjus...
Jenny